segunda-feira, 24 de junho de 2024

Sutton Hoo

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O elmo de Sutton Hoo

Uma réplica do capacete encontrado na necrópole inglesa de Sutton Hoo, no leste da Inglatera, junto ao Mar do Norte

Sutton Hoo é uma localidade do leste da Inglaterra, na zona de Suffolk. Em 1939 descobriram lá duas necrópoles do séc. VI e VIII. Uma dessas necrópoles era um barco funerário intacto que continha vários artefactos da arte anglo-saxónica, achado muito importante para se conseguir uma melhor investigação sobre a idade média. É um grande achado arqueológico no Reino Unido.

Encontraram vários túmulos e uma elevação maior onde deveria estar algo relevante e que, após escavações, encontraram um barco da época.

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Este é o elmo encontrado no barco de Sutton Hoo

Os anglo-saxões habitaram a Grã-Bretanha desde o séc. V. Eram constituídos por tribos germânicas que migraram para a ilha a partir da Europa Continental, dos quais descenderam os saxões, frísios, jutos, anglos. Existiam por lá os bretões (celtas que, com mais ou menos lutas, se foram integrando com os invasores). O período anglo-saxão estende-se, historicamente, entre os anos 450 a 1060 ano em que foram conquistados por Guilherme da Normandia, após a batalha de Hastings. Como sabemos, a velha Inglaterra, foi um antro de lutas e guerras por toda a idade média, especialmente no caminhar da Alta Idade Média e na tentativa da formação dos seus vários reinos.

Há especialistas que acreditam que a necrópole do barco terá contido os restos mortais de Redualdo, rei da Ânglia Oriental, morto por volta de 624. As lendas do Rei Artur desenrolam-se por estas épocas da retirada dos romanos e das invasões dos povos anglo-saxões e as suas lutas são travadas contra os saxões invasores.

segunda-feira, 17 de junho de 2024

Ventor e o Bafo

 Diz-me assim, o Ventor

«Eu, há milénios que por aqui ando e procuro cumprir os desígnios do Todo-Poderoso, Senhor da Esfera - O Criador, Aquele de onde tudo emana;

Adão e Eva, foto tirada da Wikipédia

há milénios que desde que a Luz é Luz e a Noite é Noite, vivo intensamente, de estrela em estrela, de planeta em planeta e suporto o bafo da vida, desde que a sapiência do Senhor da Esfera teve a bondade de projectar, num montículo de mica, um boneco em forma de homem e no qual insuflou o fôlego da vida, o transformou em alma vivente e lhe chamou Adão;

Há muitos, muitos milénios que vi o Senhor da Esfera plantar um jardim a que chamou Eden para servir o homem, fazendo brotar da terra todas as árvores e todas as maravilhas para sua satisfação;

há milénios que o Senhor da Esfera, para sua maior satisfação, fez nascer um rio que se dividia em quatro, com os seguintes nomes:

Psion, que rodeava a terra de Havila, onde havia ouro;

Gion, que rodeava toda a terra de Cush;

Hidequel, que se dirigia para o lado do oriente da Assíria (hoje chamado Tigre);

Eufrates, o rio de que muito ouviremos falar por amizade a Nemrod.

Rio Eufrates tirado Wikipédia de Hassan Janali, umsoldado americano

Há milénios que assisti à primeira catalogação da história da humanidade feita por Adão, pois o Senhor da Esfera entendeu, e bem, que o homem deveria ter uma ocupação, encarregando-o, assim, de atribuir os nomes a todas as coisas por ele criadas.

Há milénios que também vi o Senhor da Esfera, devido à falta de matéria prima, roubar, por graça, uma costela ao Adão, para que também ele partilhasse da construção dessa obra prima que é a mulher e, fizesse dela, sua companheira.

Há milénios que, por causa dela, assisti à primeira desavença neste Planeta Azul. Vi o Senhor da Esfera furioso com Adão e expulsá-lo do Eden que ficou guardado por dois Querubins, tendo Adão que ir fazer pela vida, para fora de portas, sendo despojado de todas as maravilhas que o Senhor tinha feito para ele.

Há milénios que vi, também, a primeira fiação que o mundo conheceu, pois Adão e Eva viram-se obrigados a fazer a sua própria alfaiataria, utilizando as folhas de figueira para fazerem as túnicas e aventais que passaram a usar. Não tenho a certeza das linhas usadas mas parece-me que foi fio de cãnhamo. Mas recordo, muito bem, a oferta que Eva me fez de um tecido igual ao deles para, poder comparecer, com eles, naquele belo jardim. O fio principal que rodeava a cintura e segurava as folhas de figueira, recordo-me bem, era de cãnhamo e penso que os outros também.

Assim, tudo o que era bom se foi num ápice e, pior ainda, é que as mulheres ficaram sempre com a mania de se intrometerem nas coisas dos homens.

Fora do jardim, no chão duro de onde tinham brotado, Adão e Eva tiveram de aprender a tratar as terras e os animais e tiveram as suas primeiras criancinhas que, cresceram no encalço de seus pais mas apareceram os problemas das divisões das terras tendo Caim morto Abel por causa de um marco. As ovelhas de Abel passaram para lá do marco das hortas de Caim e, como o mundo sabe, tudo acabou mal para os dois irmãos, dando-se assim, o primeiro homicídio nos humanos, originado no eterno princípio da sua luta entre o pastorício e os cuidados agrícolas. Mas, só com dois, já os marcos existiam para a divisão da propriedade, imaginem como isto andará hoje!

Adão e Eva tiveram mais um filho, a que deram o nome de Seth mas, eu, Ventor, que tive de me arredar para outros azimutes da galáctica por razões que estavam, à altura, para além dos interesses terrenos, perdi a sequência da prole com origem em Adão e Eva, nunca chegando a saber, a que ponto da galáctica, Caim e Seth, foram buscar as suas esposas. Soube, no entanto, que tiveram filhos e filhas, netos e netas, bisnetos, tataranetos ... os quais deram continuação à prole, que tornaram grandiosa, tendo a identificação, de muitos deles, sido perdida na vastidão dos tempos.

Mais tarde, deixei o extremo da Galáctica e voltei à Terra e, dentre todos, relacionei-me mais com Lamech que veio a ser o pai do meu grande amigo, o nosso famoso Noé.

Aconteceu que encontrei instalada corrupção geral na humanidade. Havia já, instalados na Terra, gigantes e varões de fama, uma espécie de jagunços que dominavam e se assenhoravam de toda a gente.

Verifiquei todos os males instalados, concluindo que, a maldade do homem se multiplicava sobre a Terra e que toda a imaginação dos seus pensamentos era continuamente má. Esta foi a mesma conclusão a que tinham chegado os anjos enviados pelo Senhor da Esfera que me mandou fazer o meu próprio levantamento para uma aferição final com os seus enviados oficiais.

Apresentei, na altura, no Conselho da Esfera, um relatório sobre a humanidade que o Senhor da Esfera analisou e, apossado de grande fúria, despachou de imediato, dizendo: "destruirei sobre a face da Terra, o homem que criei, todo o animal até ao réptil e até às aves dos céus porque, já estou arrependido de me ter posto a brincar com o barro"!

A fúria era tão grande que eu já estava arrependido de ser verdadeiro e justo no meu relatório. Porém, perante tanta violência que se havia instalado na Terra, concluí que alguma coisa deveria ser feita mas, sempre a interceder para tentar salvar, pelo menos, os justos que, certamente, existiriam ainda. Estive muitos dias reunido com o Senhor da Esfera, na procura de uma solução em que pudesse ser aplicada alguma da justiça divina.

Imajem da Jstiça, Austrália, foto tiradada Wikipédia

Enchi-me de coragem e disse: «Senhor, sabe que eu sou frontal nas minhas análises e, se me deu poderes alguns, para interceder pela raça humana, fui justo a analisar e, agora, peço-lhe que seja justo a decidir».

Partimos para o Conselho da Esfera onde estavam representados todos aqueles que o Senhor da Esfera entendeu colocar ao serviço da humanidade, cada um com a sua função e, onde todos os existentes, nesse Conselho, apresentaram, de sua justiça, uma defesa da humanidade.

Todos, por razões de interesse próprio, apresentaram o seu relatório, nenhum deles, convincente.

Eu, que já estava farto de tanta conversa, todas sem incutir ponto algum que fosse convicto na mudança de rumo que ali nos tinha reunido, que era salvar parte dos seres, homens e animais, que pudessem ainda ser recuperados para a continuação da vida na terra, já desesperado, disse: «Senhor, sempre continuarei na defesa das mesmas convicções que lhe apresentei nas nossas reuniões, para interpretação do meu relatório. Por isso, tenho de recolocar, doutra forma, nova solução para o problema».

"Sim, Ventor, pelos vistos, as tuas convicções, nunca esgotam" - disse o Senhor da Esfera mal humorado. "Apresenta a tua nova ideia".

«Senhor, não é bem uma nova ideia, é, isso sim, uma constatação. Colocou na Terra, o Velho Adão, arranjou-lhe uma companheira e deixou-o logo manietado com aquela provação, do come, não come, é ou não é, leis simples, tão simples que até a filha do mal conseguiu ludibriar aqueles pobres coitados.

Zangou-se logo com eles, votando-os ao ostracismo para fora do Éden e, ainda por cima, sujeita-os a todos os tipos de provações, obrigando Caim a matar o irmão só porque as ovelhas lhe comeram as culturas do lado de lá do marco e, também, porque incutiu no espírito deles a rivalidade provocada pelo ciúme, originado no facto de aceitar, de melhor grado, a ovelha oferecida por Abel, mais do que os produtos da horta, oferecidos por Caim. Nesa altura ainda não havia a moda dos vegetarianos!

Fui assim levado a fazer uma nova interpretação dos factos que nos trouxeram aqui e, a concluir que, afinal, o ser homem foi apenas colocado neste Planeta para nos divertir. Sempre achei que uma obra como o homem, inicialmente edificada com tanto carinho, fosse para dar continuidade a todo este mundo que poderia ser maravilhoso com a presença dele mas, pelos vistos:

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Foi numa assembleia mais ou menos como esta pintura de Rafael Sanzio, Escola de Atenas, tirada da wikipédia

- os rios vão continuar a oferecer água, sem haver homens nem animais para bberem e se banharem neles;

- os vales vão continuar a ser verdes e, das suas fontes, vão continuar a brotar águas, límpidas e frescas, sem homens nem animais para as beber;

- nos céus, os raios de Apolo, continuarão a aquecer os ares do Planeta sem haver aves para que Apolo se deleite com a visão dos seus voos;

- E nós iremos deixar de observar os devaneios provocados pelos amores de Vénus e de Diana, as desventuras de Mercúrio e as estonteantes noitadas de Baco»;

E o Ventor continuou a enumerar as tristezas com o fim do mundo à vista, e prosseguiu ...

«Tenho notado a preocupação de Marte que, por razões diferentes das minhas, tem procurado defender a continuidade do homem neste planeta, tão lindo e azul».

E o Ventor, amigos, prosseguiu horas a fio na defesa da humanidade com todos, por razões diversas, muito atentos ao resultado final.

O Ventor no Passado

 Eu sou o Quico do Ventor 

Como já vos disse, «o Ventor subiu montes, desceu encostas, atravessou vales e rios, dominou as savanas, penetrou em florestas galerias, cruzou os céus mas, mais que tudo isso, pelos milénios fora, cruzou galácticas, defrontou alguns deuses, ... contudo e, agora comigo, continua caminhando sob as benesses de Apolo.   

Coruja das neves, uma amiga do Ventor, no Zoo de Lisboa

É do passado do Ventor que eu vou escrever, por aqui, para vós. Claro que eu também caminho com o Ventor. Ele conta-me as suas histórias e eu escrevo-as para vocês. Dividi a sua Grande Caminhada, em quatro corpos: O Ventor e o Passado, que nos fala de uma vida fabulosa entre os seus grandes amigos de milénios, já ao lado do Senhor da Esfera.

Depois conto-vos a sua caminhada actual nos séculos XX e XXI, por Adrão, em Adrão e o Ventor. Farei também um àparte especial da sua caminhada pela África, em Ventor em África e, continuando, todo o resto das suas caminhadas, entre nós, pelos Trilhos da Memória na Grande Caminhada do Ventor.

Quico, quem sou eu?

Caminhem connosco e verão muitos amigos! 

Agora venham comigo e com o Ventor, leiam a minha mensagem e sigamos para os Princípios do Mundo e, em diante.